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Brasil tem 50 frigoríficos aptos a exportar para China e quer aval para habilitar novos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apresentou, a pedido do governo chinês, uma lista com 50 frigoríficos brasileiros que já cumpriram requisitos sanitários exigidos para ingressar no mercado asiático e aguardam a habilitação para começar a exportar carne para o país.

Ao mesmo tempo, o ministro Carlos Fávaro levou aos chineses um pleito para que o Brasil possa usar o mecanismo de pre-listing, uma espécie de listagem prévia, que acelera a autorização para a exportação. Esse modelo de “fast-track” elimina etapas burocráticas feitas pela aduana da China e poderia aumentar o fluxo de exportações.

Atualmente, somente as autoridades agrícolas e sanitárias dos Estados Unidos têm aval similar e aplicam o modelo, conforme representantes do governo brasileiro.

Os norte-americanos são responsáveis por coletar documentos, inspecionar e habilitar os frigoríficos exportadores em seu território, seguindo as exigências dos chineses. Esse trabalho é reconhecido pelos chineses. O modelo pre-listing dispensa avaliação final por parte de autoridades de Pequim.

Segundo técnicos do Mapa, é como se os chineses dessem um voto de confiança às autoridades sanitárias do Brasil e reconhecessem os procedimentos do sistema de inspeção adotados no país, para que os frigoríficos se adequem aos requisitos de exportação exigidos. Nesse modo usado pelos Estados Unidos, e desejado pelo Brasil, quem habilita o frigorífico é o país exportador.

Atualmente, quando um frigorífico brasileiro manifesta interesse em vender seus produtos no mercado chinês, ele precisa passar por algumas etapas técnicas:

Preenchimento e envio ao Mapa de formulários com informações requisitadas pela China;
Verificação de conformidade pelo Mapa;
Videoauditoria na planta exportadora;
Cadastramento de dados e documentos no sistema chinês digital, conhecido como “janela única”;
Validação das informações pelo Mapa;
Envio para checagem da autoridade aduaneira, a GACC (General Administration of Customs China)
Nessa última fase, os chineses podem requisitar mais informações ou mesmo uma auditoria, até mesmo presencial. E não há prazos garantidos.